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Rota do Infante

Uma das possíveis versões em estrada

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     Sempre gostei muito deste título muito pomposo, a Rota do Infante. Que não tem nada de original, pois a palavra "Infante" é muito utilizada nesta parte do Barlavento algarvio. Desde de ruas e avenidas até a restaurantes e bares, é possível encontrar esta palavra. 

     Para mim, no fundo, significa o respeito por esta bela zona do Algarve. Seja pelo contexto histórico ou seja pelo geográfico. De facto, o Barlavento tem aquela aura especial, como algo mágico, que nos encanta a vista e acalma o coração. Afinal, a Natureza existe mesmo aqui bem perto. Não são fotografias, nem vídeos de um local bem longínquo. Mas sim, de algo que é mesmo grande e selvagem como nestes últimos, que podemos ver e sentir. E é tão bom saber que Ela existe... aqui mesmo ao lado.

     É neste contexto, nesta imagem romântica que eu proponho esta rota. Sim, é verdade poderia passar por mais alguns locais, bem especiais. Mas... digamos que... esta é uma versão, de muitas outras possíveis. Pois é, partindo de Lagos existem pelo menos três variáveis, todas por bom asfalto, até à Vila do Bispo. Desta vez, optei pela do meio. Aquela, que é a mais famosa e odiada, a E.N.125. É famosa pelo imenso tráfego e acidentes. Mas, isso é no pico do Verão. Agora no Inverno, o tráfego é bem menor e aquela berma, bem larga, funciona quase como uma via ciclável que oferece alguma segurança. Já agora, antes que me esqueça, o Sol algarvio, de que tantos gostam, também brilha forte nesta época. E na minha opinião a luz ainda é mais especial.

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     O trajecto até à Vila do Bispo proporciona bons momentos paisagísticos. E quando temos o vento a favor até é uma delícia "voar" pela estrada a fora. 

     Antes da Raposeira existe uma pequena placa que nos indica a Capela da Nª Sª de Guadalupe. A estrada que nos leva até lá é a antiga 125, que permanece com um bom piso e é bem agradável. Curiosamente segue mesmo ali ao lado da "nova" e é bem mais convidativa.

     A Vila do Bispo, além de ser um bom local para descansar um pouco e comer alguma coisa, é também a mudança de direcção desta rota. Agora pedala-se para Norte pela E.N.268. E, agora sim, as paisagens começam a ser encantadoras. Contudo, é necessário ter algum cuidado, pois a berma é quase inexistente. E além disso, alguns automóveis circulam a velocidades bem acima do autorizado (nas "autoestradas") aproveitando o menor  trânsito. A passagem pelas aldeias da Carrapateira e Bordeira marcam a paisagem. 

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     A entrada na Vila de Aljezur é feita pelas antigas ruas de calçada, em direcção ao seu bonito castelo. Estas ruas são estreitas e bem "aconchegadas" pelo casario caiado de branco e com terraços cheios de flores, o que lhes dá uma beleza muito especial. Além disso, as rampas são de facto bem íngremes, convidando a pedalar bem devagar, o que nos proporciona "algum" tempo para desfrutar da beleza destas ruas. 

     O miradouro do Castelo de Aljezur é de paragem obrigatória. Primeiro para recuperar o fôlego e baixar a pulsação. E claro, depois apreciar a maravilhosa vista.

     A estrada que liga Aljezur à praia de Monte Clérigo está cheia de locais que bem podiam ser miradouros. Nalguns pontos, a vista para a foz da Ribeira de Aljezur é simplesmente encantadora.

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     A chegada à praia de Monte Clérigo é daquelas mesmo especiais. No início começamos a ver o mar lá ao fundo. Depois, parece que a estrada vai cair no Oceano Atlântico. E só no final, mesmo já perto, com uma viragem para a esquerda, é que a estrada nos mostra a praia. Vale a pena parar um pouco. Apreciar toda aquela imensidão, sentir aqueles aromas,... 

     A partir daqui a estrada regressa ao interior, passando pelo Vale da Telha, para depois voltar à costa na bela Arrifana. Mais uma vez, este é um local que é necessário parar... Acreditem, a vista é simplesmente maravilhosa.

     O regresso a Lagos faz-se pela E.N.120, que nos obriga a subir a Serra do Espinhaço de Cão. Não se trata de uma subida difícil, mas sempre são alguns quilómetros até chegar ao ponto mais alto (239m). Para depois ser (quase) sempre a descer até chegar a Lagos e acabar com um lindo sorriso na cara, mais calmo, sem stress, bem "zen" e cheio de boas memórias e histórias. E afinal é isto que nos enriquece a alma. 

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Ficha Técnica:

Rota do Infante (estrada)

Início do percurso:  N 37°07'59.57" - W 8°09'32.50"

Distância: 110,9km

Subida acumulada: +1242m

Ponto mais alto: 239m (Espinhaço de Cão)

Ponto mais baixo: 15m

Observações: 

Este percurso percorre por estradas que têm algum trânsito, por isso é necessário cuidado., principalmente no Verão!

O ponto + inclinado: 11,3%; A maioria das subidas ronda os 4% e 6%.

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